Docente do PPG-EQ/UNIFESP e colaboradores têm patente concedida pelo INPI para processo de purificação de anticorpos
O invento descreve um processo de purificação de imunoglobulina G (lgG) a partir do soro ou plasma humano por cromatografia negativa em gel co-aminohexilagarose ou u-aminodecil-agarose.
Uma nova tecnologia está disponível no Brasil para a purificação de anticorpos da classe Imunoglobulina G (IgG), devido a uma patente de invenção concedida este ano pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Este trabalho foi desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) enquanto os professores do DEQ/UNIFESP Iara Rocha Antunes Pereira Bresolin e Igor Tadeu Lazzarotto Bresolin (docente do PPGEQ/UNIFESP) eram estudantes de pós-graduação. A patente contou também com a participação de Maria C.M. Souza (então estudante de pós-graduação), bem como dos orientadores do trabalho professores Everson A. Miranda e Sônia M.A. Bueno, ambos docentes da Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP.
A IgG é uma proteína que desempenha a função de anticorpo, apresentando um papel importante na resposta imune em reconhecer agentes estranhos ao organismo, ou seja, é uma proteína de defesa produzida nos últimos estágios da resposta imune. Por conta deste papel desempenhado, estas proteínas são usadas em aplicações terapêuticas, no tratamento de diversos casos:
- imunodeficiências congênitas ou adquiridas (por ex., AIDS)
- deficiências seletivas de anticorpos (por ex., inflamações crônicas)
- doenças autoimunes (por ex., púrpura trombocitopênica idiopática)
- alguns tipos de câncer (por ex., leucemia Iinfocítica crônica)
“Como estas doenças requerem grandes doses de IgG para o seu tratamento, que pode chegar a vários gramas por paciente por ano, é imprescindível que se busquem processos novos ou otimizados e que os mesmos estejam à disposição da indústria”, afirma o Prof. Igor.
Atualmente, os professores Iara e Igor Bresolin encontram-se afastados para pós-doutorado na University of Natural Resources and Life Sciences (Viena, Áustria), supervisionados pelo Prof. Dr. Alois Jungbauer, para desenvolver trabalhos na área de processos contínuos para a recuperação e purificação de anticorpos utililizando as técnicas de precipitação e cromatografia. “A base dos processos de Engenharia Química nos mostra a importância de realizá-los na forma contínua, como muitos casos na indústria de petróleo e gás. Esta oportunidade de estar aqui em Viena, no grupo do Prof. Jungbauer, que possui grande expertise em bioprocessos contínuos, nos possibilita adquirir novos conhecimentos para disseminá-los com nossos alunos do PPG-EQ”, conclui o Prof. Igor.
Patente: Privilégio de Inovação. Número do registro: PI09002766
Título: Processo de purificação de Imunoglobulina G (lgG) a partir do soro ou plasma humano por cromatografia em gel ômega-aminohexil-agarose ou ômega-aminodecil-agarose.
Resumo: O invento descreve um processo de purificação de imunoglobulina G (lgG) a partir do soro ou plasma humano por cromatografia negativa em gel co-aminohexilagarose ou u-aminodecil-agarose. lgG com alto grau de pureza é obtida por cromatografia negativa realizando-se o seguinte procedimento: alimentação da coluna cromatográfica contendo o gel o-aminohexil-agarose ou n-aminodecil-agarose com soro ou plasma "in natura" ou diluído em tampão; lavagem da coluna com tampão e coleta das frações cromatográficas referentes às etapas de injeção e lavagem pois nestas frações encontra-se a lgG purificada; eluição com tampão de alta força iônica das proteínas adsorvidas na coluna cromatográfica, podendo-se utilizar esta fração para purificação de outras proteínas do soro ou plasma; regeneração da coluna com solução de hidróxido de sódio. As frações cromatográficas obtidas das etapas de alimentação e lavagem fornecem lgG com alto grau de pureza.
Para ler a patente completa acesse: < CARTA PATENTE >